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Mostrando postagens de 2016
Peixe-boi, poema de Jeffrey Yang
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Peixe-boi Jeffrey Yang (n. 1974, EUA) Trad. Diego Callazans Peixe-boi, em galibi manati , mam ífero , santuário olmeca , a dor duma garota guianense torn ou-a vaca-marinha (que terrores lançados nas vacas! pra v er surgir vaca louca) , a mais gentil das criaturas, sereias de Colombo, a mais pacífica cidade da C ol ômbia . Peixe-boi, o mais feliz de todos os vegetarianos; a pele serve de lar a algas e cracas; mães que cuid am da cria por dois anos ; inimitável sistema imunológico; cérebro com mais matéria cinzenta que o dos humanos, homo sapiens único predador em toda a natureza, não obstante o s saúda m com largo abraço. Ó Grandes Ance s trais! E nsinem como podemos amar assim o inimigo. Poema original e mais sobre o autor: http://www.lyrikline.org/pt/poemas/manatee-10768
A Arte da Perda, de Tishani Doshi
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A Arte da Perda Tishani Dosh i ( n. 1975, Í ndia) Trad. Diego Callazans Tudo começa com a morte d algum bichinho d e infância – o cão que evita a com ida por dias, pássaro ou peixe que e ncontras de lado, estático . E imaginas que o rombo no universo , causado pela emissão de t ua dor, é tão pro fundo que nunca será fech ado. Mas é tão só o princíp io d e uma litania infin it a de desencantos : a crueldade da escola , o merda do ex- namorado , o filho de algum vizinho que ficou louco aos poucos . Tu t e agarra s à perda , que logo está em tod a parte – tant os mendigos na rua , os gritos de uma guerra ao longe atormentando t eu sono . E quando o a vô se arrasta até a cômoda e feito uma garota alivia sem se impo r tar que está aberta a port a, tu compreendes o que é mesmo existir n um mundo à parte. A o seu redor ficam velhos e morrem todos , e é dito que isso é como um a parti da – s e vai a Deus, ou ao pó, ou reviver numa
Poema do Peiote – Parte 1, de Michael McClure
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P oema do P e i ote – Part e 1 Michael McClure (n.1932, EUA) Trad. Diego Callazans Livre – sentidos claros – sentado na cadeira preta – De balanço – paredes brancas refletindo a cor de nuvens movendo sobre o sol. Intimidades! Os quartos sem importância — mas como divisões de todo espaço de toda hediondez e graça. Eu ouço a música de mim e a anoto sem esperar leitor. Eu passo fantasias como Me são cantadas em Vozes-de-Circe. Eu vago entre os povos de mim mesmo e sei de tudo Que preciso saber. EU SEI DE TUDO! EU PASSO PARA O QUARTO uma cama dourada se põe a radiar a luz inteira o ar enche de linhas e borrões de prata. Eu rio pra mim mesmo. Sei de tudo que há para saber. Eu vejo tudo que há para sentir. Fiz as pazes com a dor
Ouvindo Michael Jackson em Teerã, de Ali Alizadeh
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Ouvindo Michael Jackson em Teerã Ali Alizadeh Trad. Diego Callazans a partir de um tema de Azar Nafisi Vindo na muamba d o feroz abismo que nos lacra do Tio Sam , e então s ocado na muvuca entre meu s livros de Persa e de Ciência n a mochila d o colégio , um a fita K7 de Thriller , ilegal, sacrílega, pronta pra ser revelada à quela s ovelhinhas tolas no ônibus d a minh a escola primária na Teerã em guerra . Meu plano: expor o objeto proibid o , exibir minha coragem, rebeldia, etc. Outono de 83, desesperado p or que olh asse m e me amassem os guris. Minha cópia da perigosa 'arte' ocidental abalaria o tedioso mundinho islâmico dos meus colegas – e elevaria minha covarde, gorda e impopular figura. Sussurrei pro menino ao lado se ouvira falar, acaso, de “Billie Jean” e “ Beat It”; se sabia o que quer que fosse sobre a famosa estrela número um d e nosso amargo inimigo, “Eu amo Thriller ! Não ach