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Dois poemas inéditos

[guerra] lamentos secos redigem convites para um bailado impossível. o que fazer quando cessar o infinito e as aves curvas, refestelando-se, abrirem o vácuo? não resta muito ao sábio que inebriar-se no poço do próprio umbigo. breve descerão as setas tonitruantes e os próprios deuses quedarão insones. ..................................... [mórbida] Quem nunca, estando só, Horrendamente só, Não largou os afazeres, Sumiu na noite E foi se haver às portas da Insânia, Tremendo gélido, Ávido por qualquer resposta, E, nesse canto do abismo, Não ouviu entre os grilos E a brisa mórbida, Vinda de nenhum lugar E de toda parte, Uma voz jamais ouvida, Mas tão serena e amiga, Dizer-lhe: “vem”? Quem nunca, estando só, Horrendamente só, Não largou os afazeres, Sumiu na noite E foi se haver às portas da Insânia?

stare while you masturbate - an experimental poem

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!, an experimental poetry

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luv

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ELegy

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Peixe-boi, poema de Jeffrey Yang

Peixe-boi Jeffrey Yang (n. 1974, EUA) Trad. Diego Callazans Peixe-boi, em galibi manati , mam ífero , santuário olmeca , a dor duma garota guianense torn ou-a vaca-marinha (que terrores lançados nas vacas! pra v er surgir vaca louca) , a mais gentil das criaturas, sereias de Colombo, a mais pacífica cidade da C ol ômbia . Peixe-boi, o mais feliz de todos os vegetarianos; a pele serve de lar a algas e cracas; mães que cuid am da cria por dois anos ; inimitável sistema imunológico; cérebro com mais matéria cinzenta que o dos humanos, homo sapiens único predador em toda a natureza, não obstante o s saúda m com largo abraço. Ó Grandes Ance s trais! E nsinem como podemos amar assim o inimigo. Poema original e mais sobre o autor: http://www.lyrikline.org/pt/poemas/manatee-10768

A Arte da Perda, de Tishani Doshi

A Arte da Perda Tishani Dosh i ( n. 1975, Í ndia) Trad. Diego Callazans Tudo começa com a morte d algum bichinho d e infância – o cão que evita a com ida por dias, pássaro ou peixe que e ncontras de lado, estático . E imaginas que o rombo no universo , causado pela emissão de t ua dor, é tão pro fundo que nunca será fech ado. Mas é tão só o princíp io d e uma litania infin it a de desencantos : a crueldade da escola , o merda do ex- namorado , o filho de algum vizinho que ficou louco aos poucos . Tu t e agarra s à perda , que logo está em tod a parte – tant os mendigos na rua , os gritos  de uma guerra ao longe atormentando t eu sono . E quando o a vô se arrasta até a cômoda e feito uma garota alivia sem se impo r tar que está aberta a port a, tu compreendes o que é mesmo existir n um mundo à parte. A o seu redor ficam velhos e morrem todos , e é dito que isso é como um a parti da – s e vai a Deus, ou ao pó, ou reviver n...