Do horror

o horror ficcional pode nos ajudar a lidar melhor com o horror factual. não é o caso de adicionar mais um horror a um rol já vasto, mas ensinar a entender e refutar (ou abraçar, se for o caso) os horrores do mundo usando narrativas que os simplificam e potencializam por meio de analogias. podemos, através da literatura de horror, lidar com as várias formas de horror que nos fustigam, desde o horror sociocultural cotidiano perante as crueldades e os absurdos conhecidos ao horror existencial da incapacidade de processar a totalidade do existente, deixando o Desconhecido como algo que nos seduz e aterroriza.
o horror ficcional pode oferecer uma sessão de terapia da qual saímos com o alívio de quem purgou seus temores ou pode oferecer uma melhor compreensão daquilo que tememos, possibilitando uma reação abalizada. pode nos fazer ver o humano/compreensível no monstro/abominável ou o monstro no humano. ou pode simplesmente nos ajudar a reconhecer e processar nossos mais vis sentimentos. o bom horror, como o bom humor, nos densifica e nos intensifica, nos aprimora pro enfrentamento dos hediondos de sempre.

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